segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada


 Há anos minha figura é definida por uma pessoa de cabelos bem longos. Pra mim, na verdade, cabelo muito mais é uma "filosofia de vida" do que estética, propriamente dizendo. E ainda adicionado ao fato de que o "meu bonitão" também adora cabelão... aqui estive eu, desse mesmo jeito, sempre.

Aí eu conheci o trabalho do pessoal do Cabelegria (http://cabelegria.com.br). Soube que muita gente estava fazendo doação de cabelos para que fossem feitas perucas para crianças com câncer, mas a princípio, não dei muita bola pra isso tudo. O que eu tinha em mente é que "cabelo é cabelo, né gente?"; "Tem que ser muito desapegado pra cortar um pedaço e doar" e talz... Esses pensamentos foram profundamente remexidos quando eu vi o primeiro vídeo de uma criança carequinha,recebendo uma peruca feita de cabelo doado e a emoção dela ao ter a possibilidade de  ficar com cabelo outra vez. Aí eu desabei... Aquelas minhas certezas de que "Cabelo é cabelo" se reforçaram, só que para outro lado: "Se cabelo é cabelo, imagina pra quem não o tem?"

Enfim, sei que numa linda manhã ensolarada de sábado eu decidi que iria me preparar pra fazer esse ato de amor. Claro que não foi um processo fácil. Não mudei meu apego pelo meu cabelo da noite para o dia. Foram meses cuidando do cabelo, me preparando para dar tal passo.

E ele aconteceu no último fim de semana. Agendei uma ida ao cabeleleiro e decidi fazer o corte.

Confesso que na teoria tudo é muito fácil, tudo é muito lindo. Mas, na real, não é bem assim. Foi então que eu coloquei a causa maior na frente de tudo isso: me lembrei das crianças doentes, da falta de seus cabelos e em como eu poderia estar fazendo algo (por mais mínimo que fosse) pra poder dar um minuto de alegria no meio de tanto sofrimento.  Sim, me coloquei no lugar delas. No lugar das mães delas. E aí eu percebi que era exatamente isso que eu deveria fazer.

Sim, o meu cabelo vai crescer novamente. E enquanto ele cresce alguma criancinha vai poder voltar a sorrir com sua nova peruquinha.
E isso não tem preço.


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