Mais uma vez eu me pego refletindo sobre a vida e sobre as pessoas. Às vezes fico meio aturdida com a crueldade com que uns tratam os outros. Não, não estou falando de crueldade física dessa vez. Estou me referindo à crueldade sobre a moral. Sobre o comportamento que uns esperam que os outros apresentem e que, em caso de não apresentarem, são criticados.
O exemplo da vez é com relação ao acidente aéreo do Luciano Huck e da Angélica. Não sou grande fã dos dois, os respeito como pessoas. Muita gente falou, especulou e criticou, já julgando o quanto eles foram ingratos e imponentes por nem terem se lembrado de agradecer publicamente à Deus por terem saído vivos dali e, muito menos citaram os nomes da babás que os acompanhavam.
Ok, vamos por partes:
- O agradecimento à Deus por qualquer dádiva não será maximizado se for feito publicamente e nem minimizado se for feito de coração em pensamento ou em reclusão.
- Quem, na condição de ser humano, depois de um grande trauma emocional, após sair de uma internação, PRECISA se lembrar de ser publicamente grato à alguma coisa ou à alguém? Quem CONSEGUE organizar suas ideias de modo a seguir todo um cronograma de comportamentos ditos éticos/morais/socialmente aceitos só porque seria-bonito-se-assim-o-fizessem?
As pessoas esperam que os outros tenham comportamentos e posturas "a" ou "b" dependendo da situação e crucificam quem não cumpre isso tudo. Mas, só pra efeito de pesquisa: quem cobra essa postura realmente a coloca em prática? Julgar é fácil, ver defeito nos outros mais ainda. Mas eu eu? E os meus defeitos? As minhas ações? Será que o velho ditado que a vovó dizia "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço" ainda está em vigor?
Vamos ser menos hipócritas e aceitar que todas as pessoas são únicas e não têm a obrigação de se comportar do jeito que você espera que elas se comportem. Não podemos esperar que um artista ou qualquer pessoa em evidência seja perfeito só porque teoricamente deveria ser um exemplo para seus fãs. Afinal, quem é perfeito nesse mundo?
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